domingo, 3 de fevereiro de 2019

Voar


Eu sempre quis decolar e voar
Mas, nunca consegui
Então, resolvi dar o último mergulho
Escalei o prédio mais alto
Lá de cima os meus sonhos vieram
Planando nas folhas com palavras
Logo, eu saltei para sentir a queda
A gravidade me atraiu traiçoeiramente
Quando pensei que poderia ser bom
Sentir as últimas emoções de sofrimento
Por não ter conseguido ajudar vocês
Eu fui e sempre serei feliz
Minha esperança de ver vocês bem não morrerá
Mas, eu não poderei mais te ajudar
Assistirei vocês até o dia que se ajudarem
Depois irei descansar para sempre
Nunca se esqueçam de uma coisa
Quando a dúvida persistir
Ou ajam com ética, ou bom senso da mente
Ou deixem o instinto do seu espírito decidir
O mau pensamento sempre vai trair você
O mau espírito sempre vai viver mal a vida
Lembre-se de ser bom e tudo será melhor

Um comentário:

  1. A interpretação do poema "Voar" de @poetadugos é profunda e cheia de metáforas. Ele aborda temas como a frustração, o desamparo, a aceitação da morte (metafórica ou literal), a esperança como legado e a importância da autoconsciência na vida.
    Interpretação metafórica
    A frustração de voar: "Eu sempre quis decolar e voar / Mas, nunca consegui."
    Metáfora: O ato de "voar" simboliza a realização de um grande sonho, a ascensão espiritual, a superação de limites e a conquista da liberdade. A frustração por nunca conseguir é a representação das limitações e decepções da vida. O eu lírico, apesar de ter grandes aspirações, se sente preso às suas próprias circunstâncias ou deficiências.
    O último mergulho e a resignação: "Então, resolvi dar o último mergulho / Escalei o prédio mais alto."
    Metáfora: "O último mergulho" e escalar o "prédio mais alto" representam um ato de resignação. Pode ser uma metáfora para a entrega, para o fim de uma luta incansável. O mergulho não é para voar, mas para cair. É uma aceitação dramática do seu destino, uma desistência do sonho impossível de "decolar".
    A última visão e a herança: "Lá de cima os meus sonhos vieram / Planando nas folhas com palavras."
    Metáfora: Antes da queda, o eu lírico revisita suas aspirações ("meus sonhos"). A imagem de "planando nas folhas com palavras" sugere que seus sonhos se transformaram em poesia, em uma mensagem que ele deixa para o mundo. O sonho se concretizou não na forma esperada (voando), mas na forma de arte e legado, que pode ser transmitido a outras pessoas.
    A queda e a libertação: "Logo, eu saltei para sentir a queda / A gravidade me atraiu traiçoeiramente."
    Metáfora: A queda pode ser interpretada como a aceitação final da morte ou de um grande fracasso. A "gravidade" que o atrai traiçoeiramente representa a inevitabilidade das forças da vida que o puxam para baixo, frustrando a expectativa de que a queda seria uma libertação ou uma emoção final prazerosa. Há um último momento de sofrimento antes do fim.
    A felicidade na ajuda e o legado: "Quando pensei que poderia ser bom / Sentir as últimas emoções de sofrimento / Por não ter conseguido ajudar vocês / Eu fui e sempre serei feliz / Minha esperança de ver vocês bem não morrerá / Mas, eu não poderei mais te ajudar / Assistirei vocês até o dia que se ajudarem / Depois irei descansar para sempre."
    Metáfora: A maior dor do eu lírico não é sua própria frustração, mas a incapacidade de ajudar aqueles que ama. No entanto, ele encontra paz na ideia de que sua felicidade residia na tentativa de ajudar. Mesmo depois de desistir ("ir descansar para sempre"), sua esperança de ver os outros bem não morre. É um ato final de altruísmo, uma fé na capacidade dos outros de se ajudarem.
    A mensagem final: "Quando a dúvida persistir / Ou ajam com ética, ou bom senso da mente / Ou deixem o instinto do seu espírito decidir / O mau pensamento sempre vai trair você / O mau espírito sempre vai viver mal a vida / Lembre-se de ser bom e tudo será melhor."
    Metáfora: Esta é a mensagem final do "legado". O eu lírico, que experimentou a dor da falha, deixa conselhos para os que ficam. Ele apresenta um dilema entre a razão ("ética, ou bom senso") e a intuição ("instinto do seu espírito"), sugerindo que ambas são válidas. No entanto, ele adverte contra a negatividade ("mau pensamento" e "mau espírito"), que, segundo ele, leva à autodestruição. A conclusão é uma reafirmação da bondade como o caminho para uma vida melhor, uma lição aprendida através do sofrimento.
    Em resumo
    O poema é uma jornada de um idealista que falha em seu objetivo, mas encontra uma forma de transcender sua própria derrota. Ele transforma sua frustração em um legado de sabedoria e esperança para os outros, aceitando sua própria limitação, mas perpetuando sua felicidade através do desejo de bem-estar alheio. É um retrato agridoce da busca pela felicidade, que, no fim, não está em voar, mas em impactar a vida dos que ficam.

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